segunda-feira, 6 de setembro de 2010

O Baile Das Mascaras




Hoje a caminho de casa me entristeci pelo que anda acontecendo comigo e com todo mundo o tempo todo.

Às vezes acho que perdemos a noção da eternidade dentro de nós, vivemos somente no agora como se os dias fossem feitos de atos neutros em relação a tudo e a todos.
Importamos-nos apenas com nosso bem estar, lidando com Deus como se Ele pudesse ser reciclado em novos formatos de acordo com o que nos agrada.

Talvez, por que nos foi ensinado recentemente que o mais importante é sermos nós mesmos, e que Deus tudo entende. E isso não está errado, mas o que ocorre talvez seja o que ocorreu no Iluminismo, o homem tirando Deus do centro e tomando seu lugar, num culto a própria inteligência e, no caso atual, ao prazer. Veja bem! Tudo tem seu lado bom e ruim. Mas é preciso equilíbrio, e acho que isso nos falta. A linha é fina.

Sim, de fato é importante sermos quem somos. O Pai mesmo no deu essa liberdade de nos expressar livremente diante Dele; mas me parece que esquecemos quem Ele é. Deus!

Ele continua sendo onipotente, onipresente e onisciente; continua sendo digno de respeito, de que nos importemos com sua opinião, continua sendo o sábio que dá bons conselhos. Ele ainda é o Pai que tem autoridade e que devemos baixar a crista de nossa rebelde postura mimada ao lhe falar e obedecer. Deveríamos ser “adultos”, filhos maduros ao invés de eternos adolescentes.

Ele ainda é e sempre será um Deus que persiste em nos amar sim, mas que também não é mal resolvido a ponto de ficar mendigando nosso afeto, como se precisasse nos adular pra conseguir algo, não somos nós que fazemos Dele quem Ele é. Ele é o EU SOU e pronto. Continua a nos amar e ajuda quem permite que Ele assim o faça, Ele nos dá o direito da escolha; permanecendo o mesmo, estando nós longe ou perto.

Mas e nós? Quem nos tornamos longe da Sua presença? Será que permanecemos admiráveis? Será que nos tornamos pessoas melhores quando nos fechamos em nosso orgulho e independência e nos privamos de pedir ajuda?
Aonde queremos chegar com tantas mascaras? Quando deixaremos de oprimir a nós mesmos com tanta arrogância? O que esta acontecendo com o que tomamos como referencia pra respaldar nossos atos? Porque invertemos tanto, porque essas escolhas, aonde queremos chegar?

Parece que agora o mais importante é ser inconstante, é ser cada vez mais camuflado em si mesmo e reprimir a verdade, é rejeitar o que é bom e engolir o que não presta.

Até quando? Até quando nossas vidas serão movidas a base de sorrisos amarelos, roupas do momento, grupinhos de “todo mundo faz” e o bom é não parecer cristão?
Agora Cristo virou algo ruim?! Desde quando?! Porque até onde eu sei, ser cristão é ser como Ele, que tem a vida semelhante à Dele, que O faz ser lembrado através da maneira pela qual vivemos, é ser um pequeno cristo. E que mal há em ser reconhecido como tal? Porque rejeitamos tanto isso? Envolvemos Ele na nossa roupa suja, como parte das nossas impurezas, como se Ele não fosse alvo como a neve, como se fosse algo e alguém do qual devêssemos nos envergonhar…aff!

Eu posso estar errada, mas talvez seja hora de parar, e me incluo nisso, parar de lançar alicerces falsos e flutuantes travestidos de barata e rasa “plenitude” nas rodas de nossas vãs discussões pela vida a fora, onde lutamos pra proteger a ilusória idéia do nosso “mundinho perfeito” e do que pensam de nós ao invés do que realmente sentimos e do que realmente somos.

Que tenhamos a coragem de enfrentar nossos medos, nos libertar da escravidão de certos pensamentos, que superemos as artificiais relações e não temamos a profundidade, que não fujamos do encontro com o espelho, da descoberta, da intimidade. Que decidamos nos aproximar do que é real e busquemos humildemente a Verdade, e Esse por sua vez nos libertará enquanto Se faz caminho aos nossos pés cansados e feridos pela distancia imposta pelo orgulho e dureza de nossos corações e que da morte do que pra trás fica Nos gere vida, e essa… Eterna…, porque não devemos nos esquecer, é para a eternidade é que fomos feitos.


Leane Barros

2 comentários:

Aline disse...

nossa, muito bom! é verdade cara. creio que a humanidade tem caminhado por essa linha. começando com as pessoas ao redor, a familia, amigos, colegas... ninguém quer saber mais de ninguém e pouco importa a opinião "alheia" sobre o que eu sou e sobre o que eu faço. Concordo plenamente com isso, quem me conhece sabe, porém, é necessário zelar pelo equilíbrio. É necessário estarmos atentos ao falar do Senhor, atentos para os "sins" e para os "nãos". Por vezes desrespeitamos os nossos pais e a nossa racionalização funciona apenas para formular desculpas e justificativas para os nossos atos incorretos e feitos na mais pura consciência... E assim decorre com amigos, colegas, até que então chegamos a Deus e a toda sua obra. O próprio Deus nos fala dos escândalos e de como devemos evitá-los. Ele esnina-nos que por vezes teremos que nos diminuir, teremos que deixar nossas vontades, desejos de lado para que um pequenino dEle permanaça. Por vezes Deus nos pede apenas para abrir mão de certas coisas que para nós não nos faz diferença, mas para manter um irmão na fé vale. Quem me vê falando isso fica em choque, mas é verdade. Tenho aprendido isto. E realmente não faço pelo irmão, faço pelo meu Deus, porque é Ele que me toca, Ele que me diz como fazer as coisas. Agora está assim, nem um lápis eu compro sem perguntar a Deus primeiro. Quando fiz meu alargador tambem foi assim, porque queria que fosse algo aceite pelo meu Pai, sem causar escândulo em ninguem. É necessário criar uma intimidade verdadeira com Deus, é urgente o encontro face a face com Ele. Pois perante Deus, nao existe máscara que perdure. A IGREJA necessita deste choque, desta sacudida, ao mesmo tempo que precisamos aprender a nos doar, precisamos de aprender a PARAR de olhar para que o irmão do lado está fazendo, devemos nos preocupar com o que Deus está querendo fazer em nós. Por vezes perdemos a oportundidade de ouvir o senhor, porque estamos mais preocupados em olhar pro irmão do lado. Para que possamos então aprender a sermos filhos de Deus e não apenas servos, necessitamos olhar para a eternidade, tocar o coração de Deus. Sermos amados do Pai, pessoas comuns com quem o Pai desabafa as coisas mais intimas do coração dEle e ai, não haverá duvida, não haverá engano, a obra será feita com excelência e se acabará o mundo das máscaras.

Diego. disse...

Aline?!*-* nossa.... Perfeito!!=O
Vc é demais!! Nossa!